De volta para o vinil

Velha nova tendência: o vinil.

Se ele comprovadamente não tem melhor resultado sonoro do que o CD e o MP3, por que  simplesmente amamos e preferimos os discos de vinil???

Você ama vinil como eu? Sabe o que o diferencia dos outros tipos de gravações? 

Well, para começar que tal relembrar um pouco da sua história?

O disco de vinil conhecido simplesmente como vinil, ou ainda Long Play (LP). Trata-se de uma gravação analógica mecânica. Surgiu no ano de 1948, tornando antiquados os até então usados discos de goma laca de 78 RPM rotações por minuto, os quais comportavam apenas uma música de cada lado. 

discos de goma laca

A partir da década de 80, a invenção do CD prometeu e cumpriu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, fazendo assim os discos de vinil terem um declínio nas vendas e tornarem-se então atrasados e pouco atrativos para os consumidores modernos.  

 Durante seu apogeu os discos de vinil eram produzidos em diferentes formatos: 

12 polegadas: Long Play , 10 polegadas: EP e 7 polegadas: Single; respectivamente

• LP: abreviatura do inglês Long Play (conhecido na indústria como, Twelve inches ou, "12 polegadas" ). 31 cm de diâmetro, tocado a 33 1/3 rotações por minuto. 20 minutos por lado. O formato LP era utilizado, usualmente, para a comercialização de álbuns completos. Nota-se a diferença entre as primeiras gerações dos LP que foram gravadas a 78 RPM (rotações por minuto).

• EP: abreviatura do inglês Extended Play.  25 cm de diâmetro (10 polegadas), tocado a 45 RPM. capacidade normal  8 minutos por lado. Continha em torno de quatro faixas.

• Single ou compacto simples: abreviatura do inglês Single Play (também conhecido como, seven inches ou, "7 polegadas" ; ou como compacto simples. 17 cm de diâmetro, tocado a 45 RPM (no Brasil, a 33 1/3 RPM).  4 minutos por lado. O single era geralmente empregado para a difusão das músicas de trabalho de um álbum completo a ser posteriormente lançado .

• Máxi: abreviatura do inglês Maxi Single. 31 cm de diâmetro, tocado a 45 RPM. A sua capacidade era de cerca de 12 minutos por lado.

Ao pesquisar as vantagens do vinil, pude observar que existe uma grande discussão e polêmica  relacionadas ao assunto, por isso resolvi  compartilhar aqui este post sobre as vantagens e desvantagens de cada mídia, para que a gente possa entender melhor a parte digamos mais técnica, sem levar em consideração questões apenas de gosto. 

Fonte: http://whiplash.net/materias/news_816/202259.html

Vantagens e desvantagens do CD: 

                                         

Os cds dependem da amostragem de um sinal analógico, bem como possuem algumas limitações no que tangem o quesito "frequência". Enquanto no vinil a codificação ocorre em uma onda de áudio wave, no cd essa codificação de amostragem de áudio precisam ser captadas de várias formas e pontos diferentes, ao contrário do vinil, que consegue a captação por meio de apenas um ponto, por isso um cd jamais conseguirá apresentar o groove que o vinil apresenta, e esta uma das poucas vantagens do analógico em relação ao digital.

Por outro lado, o cd apresenta um volume de amostragem suficiente para soar mais clara e definida ao ouvido humano.

A taxa de amostragem dos cds é de 44,1, o que significa que as gravações de cd podem ser capturadas em até 44.100 vezes por segundo, e podem capturar frequências de 20 KHZ.

E esta frequência é o máximo que o ouvido humano pode ouvir, o ouvido humano é claro, porque em tratando-se de cachorros, por exemplo, ainda é uma frequência baixa, pois eles possuem uma audição 4 vezes maior do que a nossa, e provavelmente ouvem até a nossa respiração com clareza.

Gravações acima de 21 kHz, só pra cachorros. Isto não significa que os 20 Khz que o cd alcança seja digno de uma frequência fora de série, não, não é isto, a frequência do cd apenas é mais nítida e clara para o ouvido humano.

Além disto, em estúdio de gravação não há microfone captem mais do que 20 Khz.

Vantagens e desvantagens do MP3:

Tudo depende da sua taxa de compactação. O MP3, assim como a de CDs e DVDs, capta as ondas sonoras e converte em arquivos. Acontece que na gravação digital não é possível acompanhar as "curvas" das ondas sonoras, portanto são gravadas com um certo intervalo, definido pela compactação. Quanto maior a compactação, maior o intervalo, e menos nuances a gravação capta.

Veja na figura acima. A linha preta é o som original, analógico. A linha azul representa uma gravação com alta compactação, a vermelha com uma menor. Note que a azul não acompanha tanto as curvas do som como a vermelha.

A compactação tira faixas dinâmicas que em tese o ouvido humano não escuta, por isso as pontas são achatadas. Ou seja, um arquivo digital sem nenhuma compactação, como é o caso do WAV, vai mostrar todas essas curvas, ou seja, a mesma qualidade do CD. Hoje há formatos como o FLAC, que possuem compactação, mas pouca. Ainda são maiores que um MP3, mas bem menores que um WAV.

Portanto, pode-se concluir que, em termos de qualidade sonora, o cd é sim melhor do que vinil e MP3.

Vantagens e desvantagens do vinil: 

No vinil, as ondas sonoras são analógicas, assim como é a gravação do vinil. Isso quer dizer que não há muita perda entre a gravação e a reprodução. Por isso muitos alegam que o som do vinil é mais encorpado e mostra mais detalhes. Por ser um processo analógico, a equalização tem mais graves naturalmente por isso fica mais aparente.

Entretanto, isso não quer dizer que o som tenha mais qualidade. Se o CD tem uma taxa de amostragem de 44 KHz a 16-bit, o vinil teria 16 KHz a 8-bit.

O vinil é fisicamente limitado em alguns aspectos. Primeiro, no quesito "alcance dinâmico", que no caso do vinil é extremamente limitado.

(Observação - O alcance dinâmico é a diferença entre a nota mais alta e a mais suave).

E em segundo lugar, no quesito "frequência", pois a qualidade de frequência do vinil não é universal, é variável.

A sonoridade do vinil soa melhor em músicas com notas mais baixas, pois se as notas das canções forem muito altas, a agulha têm dificuldade de seguir/reproduzir, o que contribui para que hajam distorções significativas na sonoridade das canções. Por exemplo, tente ouvir letras, cujas consoantes (s,z, etc) sejam cantadas de forma aguda, a distorção será nítida.

Por possuir mais groove e graves mais claros e limpos, os vinis são os favoritos dos dj's de música.

Mas, o que as pessoas preferem?

Com o dia-a-dia agitado e por uma questão de praticidade, o preferido se analisarmos vendas será sempre o mp3, porém é uma informação injusta já que não temos a opção de carregar conosco pelas ruas, andando a pé ou no ônibus nossos cd players ou toca-discos.  

É por isso que atualmente as pessoas apenas ouvem música, e não a escutam verdadeiramente, a diferença está claramente na atenção que se dá, sendo que ouvir é apenas ouvir enquanto se faz outras coisas paralelamente e escutar é dar somente atenção ao álbum que se escuta. 

Os engenheiros de som Geringer e Dunnigan, apresentaram gravações feitas de forma analógica (vinil) e gravações concebidas digitalmente (cd) a um grupo de produtores de gravadoras, sem avisá-los quais gravações eram digitais e quais eram analógicas.

O resultado foi um massacre, pois a maioria esmagadora dos produtores preferiram a gravação digital, sem saber se estavam votando em gravações digitais ou analógicas. Ao ouvir as gravações, os produtores relataram que as gravações digitais eram de uma qualidade ímpar infinitamente superior à qualidade das gravações analógicas que haviam ouvido anteriormente.

Segundo eles, a gravação digital soava melhor em todos os aspectos, agudos, graves, qualidade sonora, frequência, etc.

Se a qualidade do CD é maior e o MP3 permite maior praticidade, porque as pessoas ainda ouvem vinil?

De acordo com Danilo F. Nascimento colaborador do site Wiplash, é porque o vinil, além de trazer um ar retrô, de nostalgia, é o único dispositivo que as pessoas, ao pararem para ouvir, realmente escutam com atenção. Além disto o vinil preserva a gravação original, ou seja, se alguém tossiu ou espirrou no meio de uma gravação, aquilo continuará na gravação, dando um ar de visceralidade ao formato, e registrando melhor o que o artista é capaz de fazer, sem recursos computadorizados.

Quando você ouve uma gravação analógica, você a ouve do jeito que ela foi gravada, e este é o charme do vinil. Em contrapartida, no cd, em raríssimos casos as versões finais não ganham retoques de programas de edição de som.

Há inúmeros artistas hoje que só conseguem fama e sucesso porque gravam digitalmente. Muitos dos artistas de hoje não conseguiriam gravar analogicamente, pois não possuem talento suficiente para gravar em fita, sem que a gravação seja alterada posteriormente.

A gravação digital é mais precisa, mas este não é o único ponto que deve ser considerado.

Para concluir, é importante ressaltar que, cada formato têm os seus encantos. O MP3 oferece maior praticidade, o cd maior qualidade sonora, enquanto o vinil apresenta um groove melhor.

Mas nada disso adianta se sua caixa de som ou fone de ouvido não forem bons o suficiente para executar quaisquer dos 3 formatos.

Para quem quiser se aprofundar mais no assunto, fica aqui a dica de um documentário realizado em 2013, com direção de Dave Grohl (músico e compositor, vocalista da banda Foo Fighters). Em "Sound City", ele defende com unhas e dentes as gravações analógicas e diz que para a alma do rock e da música em geral nunca poderá ser feita a substituição do homem por equipamentos. Segue o link:  https://www.youtube.com/watch?v=EV_FOdMtos0

Muitos colecionadores e apaixonados pelos bolachões, defendem com todas as forças os charmosos e garbosos discos de vinil. Eu como uma deles só posso dizer que tô com o Dave e não abro: 

Pra mim o disco traz toda uma magia. Além da parte de ouvir que envolve uma mística de imaginar tudo que aconteceu no momento da gravação, já que nelas estão todos os mínimos detalhes do que realmente aconteceu naquele dia, dando uma sensação de originalidade que as gravações digitais não apresentam, já que na procura da "batida perfeita" são realizadas muitas modificações o que na minha opinião apenas as tornam extremamente artificiais e lineares . Temos ainda além da delícia auditiva, um colírio visual, que fica por conta da arte das capas e encartes , que sem dúvida dão uma tremenda graça ao momento.  Ouvir um disco é quase um ritual. Os dedos passeiam disco por disco, sente-se a consistência muitas vezes poeirenta dos plásticos protetores (ahhh, um salve aos plastiquinhos protetores que salvam nossas relíquias da destruição). E aí quando se encontra algo que combina com o momento em questão, vem a parte de apreciar a capa, ler com calma, escolher a música preferida, colocar no toca discos, mirar a agulha no ponto e tchãrãm! Agora é só curtir...não há sensação mais gostosa e nostálgica. E quando você pensa que acabou, ainda pode gritar: - "-vira o disco, please! Demais, demais!     

Algumas curiosidades:

Maior colecionador de Discos do mundo é brasileiro: José Roberto Alves Freitas, 60, tem a vida que qualquer apaixonado por música sonha em levar. Milionário, um dos donos de uma transportadora e sócio de uma empresa de iluminação para shows e peças de teatro, ele investe boa parte de seu dinheiro em discos. Entre os 4,5 milhões de LPs, compactos e 78 rotações, ele é dono de uma coleção com raridades vistas em poucas lojas no mundo. 

Freitas e sua coleção de Discos. 

 O disco mais caro do mundo é o  The Quarrymen – “That’ll Be the Day”/”In Spite Of All The Danger” (UK 78 RPM, Acetate in plain sleeve, 1958). Apenas uma cópia desse single dos Quarrymen, banda pré-Beatles que contava com John Lennon, Paul McCartney e George Harrison, foi prensada. Esse é o motivo de ela custar US$ 180.000.

Disco mais caro do mundo

Segue aqui uma lista com os 10 discos mais caros do mundo ://www.collectorsroom.com.br/2008/10/os-discos-mais-caros-do-mundo.html

Vire música ao morrer: Se você não pode se dar ao luxo de lançar suas cinzas no mar do caribe ou das ilhas Maldivas, nem gosta da ideia de ser enterrado ou cremado, segue uma solução criativa para seu “funeral”: você pode ter as suas cinzas prensadas em um disco de vinil e girar ao som de suas músicas favoritas por toda a eternidade(choquei com isso gente?! hã?, mas é SÉRIO!!!). Por cerca de cerca de 5.220 reais, você consegue isso aqui: http://www.andvinyly.com/ 

Logo do Site que transforma suas cinzas em discos. 

Termino esse post com a expectativa de ter sanado algumas dúvidas sobre discos de vinil e ter te cativado ao ponto de você terminar de ler e sentir  vontade de ouvir um!

Conta aí nos comentário o que você pretende escutar hoje!